24 janeiro 2009

A bandidagem de volta

Deu no Radar da Veja:
"Na terça-feira à noite, Renan Calheiros jantou com Gim Argello, em Brasília. O clima era de festa entre os dois senadores. Na mesa, contavam os votos pró-José Sarney na eleição à presidência do Senado. Quem deve ter trabalho com a volta desse grupo ao poder é a Justiça. Renan é o velho conhecido que deixou a presidência do Senado em 2007 após ser acusado de ter usado dinheiro de lobista para pagar pensão alimentícia e utilizado laranjas para se tornar sócio de uma emissora de rádio e um jornal, entre outras estripulias. Mas seu companheiro na comemoração não fica atrás. Argello responde a um inquérito no Supremo por apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro e, ufa!, ainda foi investigado pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, grilagem de terras e improbidade administrativa".

23 janeiro 2009

SATANÁS DERRUBA TETO DA RENASCER

Por Janer Cristaldo

Cultivo certos prazeres perversos. Um deles é assistir, nas madrugadas, os cultos das igrejas ditas neopentecostais. Aqueles templos repletos de crentes, com capacidade para quatro ou cinco mil pessoas, sem uma única cadeira vazia, me fascinam. Gosto de ver closes dos rostos dos fiéis. Milhares de pessoas, compungidas até as lágrimas, ouvindo o palavrório vazio de um gigolô das angústias humanas. Como pode? Não terá aquela gente toda algo melhor a fazer de suas noites? Fico perplexo. Assistir aqueles cultos pela televisão é uma forma de conhecer o Brasil sem sair de meu sofá.

Encontrei-me, outro dia, em um de meus restaurantes diletos, com um de meus bons interlocutores. Conversa vai, conversa vem, manifestei esta minha perplexidade. Coincidiu que ele administrava o aluguel de um imóvel da IURD – Igreja Universal do Reino de Deus – fundada em 1977 pelo infatigável pastor Edir Macedo, que antes deste ano da graça trabalhava como caixa de uma agência lotérica. Ele contou-me então o que eu não imaginava existir. O templo tem capacidade para 15 mil pessoas sentadas. E mais 35 mil em pé. Sob o altar, os santos pastores construíram um compartimento subterrâneo. A coleta dos dízimos cai diretamente do altar para os cofres desse compartimento. E de lá sai, sabe-se lá para onde, por um túnel. Tudo construído sem licença da prefeitura. Leia matéria completa. Beba na fonte.

MAYSA, MUITO ALÉM DO UÍSQUE!

Por Olsen Jr.

Perguntaram para o escritor Gustave Flaubert quem era “Madame Bovary”, personagem principal de seu romance mais conhecido, ele respondeu: “Madame Bovary sou eu”.

O que quer dizer isso? O criador se comparando (até assumindo) a criatura? Não é fácil, mas é inteligível. Como não se cria nada do nada, um autor sempre acaba se distribuindo em seus personagens, difícil que isso não aconteça. O grande escritor, porém, tem o material sob controle e administra-o em doses homeopáticas, de tal sorte que esses elementos só se tornam identificados por aqueles estudiosos que conhecem a vida do criador profundamente.

Abstraindo o fato de ela ser mulher (poderia ser um homem e exercer outra espécie de arte) bonita com um olhar absolutamente infernal, rica de berço, ter casado com um milionário, depois se separou, por acreditar e perseguir um sonho. Com um talento para a composição e principalmente, uma voz inconfundível, ter feito sucesso no Brasil e no exterior, de ter êxito com o seu trabalho tornando realidade àquele sonho, ela continuou contestada a vida toda.

Qual é, então, a questão?

Fazer sucesso no Brasil, já dizia o Tom Jobim, é ofensa pessoal!

Do ponto de vista da arte, aquela sensação de vazio, de que não importa até onde se possa chegar, sempre está faltando alguma coisa, pode acompanhar todo o artista consciente, porque a arte (musical, literária...) qualquer que seja a escolha feita, é um caminho apenas, não é tudo.

Como na obra “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol (o livro que o John Lennon disse que gostaria de ter escrito) em que Alice pergunta para o coelho “qual é o caminho?”. O coelho indaga aonde ela quer ir? Ela responde que não sabe. Então o coelho responde: se você não sabe aonde ir, tanto faz o caminho!

Tanto o sucesso quanto o fracasso são difíceis de levar, disse o escritor americano Hoseph Heller “Com o sucesso vem as drogas, divórcio, sexo, arrogância, viagens, remédios, depressão, neurose e suicídio. Com o fracasso, vem mais fracasso”.

Mais ou menos o que a minissérie mostrou.

Tenho uma grande identificação com a Maysa: o cinismo, a obsessão pelo que fazia, a falta de comunicação com as pessoas certas, não se importando pelo que os outros pensavam.... Isso tudo além do uísque...

A vida privada que alguém leva (com o ethos e o pathos inerentes) não deveria ser alvo de maior atenção que a arte produzida por um talento que tal artífice seja capaz de revelar. A menos que, por um desvio de conduta, estejamos tão doentes que preferimos apreciar o fracasso dos sentidos, diante de tentações corriqueiras frente às quais nós mesmos sucumbimos, em detrimento de assistir o triunfo da vontade obsessiva, impondo-se em momentos de lucidez, aos destroços em que chafurdam essas mazelas e produzindo uma arte maior que lhe redime de qualquer pecado cometido.

Depois que um artista morre, fica o que ele fez. Se for bom, continua cultuado.

No caso da Maysa, não me canso de ouví-la. A composição “Adeus” ela escreveu quando tinha 12 anos, para se ter uma idéia. Evidentemente para a imprensa da época (talvez hoje não se desse tanta importância) mostrar a Maysa Matarazzo (ao invés de Monjardim como ela preferia ser chamada depois que se separou) nua embaixo de uma cachoeira num lugar bucólico produzia maior efeito na pasmaceira mundana e conservadora do que mencionar um poema exprimindo sentimentos de ordem superior, identificados por uma minoria incapaz de alterar substancialmente a venda de qualquer publicação, até mesmo as sensacionalistas, onde tal poema sequer teria guarida.

Por não entender a dor recusamos à obra que ela inspira. Essa é a maldição que todo gênio carrega e com Maysa não foi diferente...

Pessoas felizes não produzem arte, apenas decoram interiores!

(Publicado no jornal A Notícia)


22 janeiro 2009

Gênios da publicidade

Quem chupou a idéia de quem? Na virada do ano o Bradesco apareceu com aquela jóia de sacada publicitária: Em 2000inove! Incrível o lance sacaram? inove, no lugar do número nove! Para inovar, sacaram? Coisa de gênio. Trocadilho barato.
Aí na frente da sede da Fiesc apareceu o uma baita faixa dizendo a mesma coisa. Em 2000inove! É Gênio copiando gênio! Quem copiou quem eu nem imagino. Só que não sei o que é pior. Quem criou a frase ou quem achou bonita e copiou. Argh!!!!

Paul

O Bicho pegou para o coronel

Burrice existe em qualquer lugar. Pois em Araranguá, o comandante da PM, tenente-coronel Jorge Luiz Gomes achou que era mais esperto que os banqueiros do jogo do bicho da cidade. Tentou achacar os bicheiros. Acabou levando um ponta pé na bunda. O coronel não percebeu que ele, frente a esses magnatas - enraizados na sociedade com relações íntimas em todas as esferas do poder, da justiça ao parlamento - não é ninguém na ordem do dia ? Ele passa e o Bicho fica. Acabou afastado do comando por improbidade administrativa.

Leiam nota da Procuradoria Geral de Justiça sobre o caso:

Em ação cautelar proposta pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) perante o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Araranguá, foi proferida decisão liminar determinando o afastamento do Tenente-Coronel Jorge Luiz de Gomes, do Comando da 4ª Guarnição Especial da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina.

O afastamento foi cumprido na tarde do dia 21 de janeiro de 2009.

A ação decorreu de trabalho de investigação do Ministério Público, no qual foram verificados indícios da prática de atos de improbidade administrativa.

Segundo foi apurado, o oficial estaria, através de uma terceira pessoa, exigindo que indivíduos envolvidos com a prática de jogo do bicho pagassem valores em dinheiro para que não fossem impedidos de explorar a atividade, que é contravenção penal.

O afastamento tem natureza cautelar e não tem prazo determinado.

No prazo de 30 dias será ajuizada a ação principal pertinente. Mais informações não poderão ser divulgadas no momento para não atrapalhar a apuração.

O roubo continua

Contrariando norma baixada pelo governo, a TV Brasil abusou dos saques em dinheiro com o cartão corporativo em 2008, seu primeiro ano de funcionamento. As retiradas foram responsáveis por mais da metade das despesas feitas pelos servidores da emissora que dispõem de cartões, aponta levantamento feito no Portal da Transparência. Dados do portal mostram que 74 servidores da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), a qual está vinculada a TV Brasil, possuem cartões corporativos. Juntos, os funcionários gastaram R$ 162,7 mil, dos quais R$ 82 mil foram sacados. Leia mais. Beba na fonte.

Passaralho revoa pela Europa

Além da Rádio France Internacional e veículos portugueses, a crise parece ter chegado ao espanhol El País. Segundo informações do jornal O Globo, a empresa Prisa – grupo que edita o jornal – decidiu unir as versões impressa e eletrônica do diário espanhol. Na mudança, não há previsão de demissão. Haverá uma divisão da empresa em três outras: uma de produção, outra de serviços administrativos e outra de conteúdo. Nesta, de conteúdo, ficarão 500 funcionários. As três empresas funcionarão na atual sede do El País, em Madri. (Do site Comunique-se)

21 janeiro 2009

A paz nos morros de Floripa

Já que o governo perdeu totalmente o controle sobre a violência, tráfico de armas e drogas e outras delinquências mais, resta à população louvar a "nova ordem" imposta agora, em Florianópolis, pelo Comando Vermelho.
Vários morros da capital ostentam, em suas bocas de venda de drogas, bandeiras brancas na ponta de mastros compridos. Isso significa que aquele morro está em Paz com outros morros vizinhos. É o caso dos morros da Caixa (antigo morro do Baga), morro do 25, Nova Descoberta, Mocotó,Horácio e os morros do Saco dos Limões e Costeira. No Morro do 25, dividido por dois patrões fortes, apenas a parte de baixo fez a Paz. A parte de cima continua "em guerra" com os outros morros. O Morro da Mariquinha, onde a grama de cocaína é a mais barata da Capital (R$25,00) também não selou a paz. O motivo é o rancor com as várias mortes ocorridas no morro. O Morro da Mariquinha foi o que perdeu mais "soldados" na guerra entre os morros. Alí morreu irmão, primo, cunhado, e parentes em geral do Zóinho que comandava o morro e se encontra preso. O morro é comandado hoje pelos irmãos do Zóio, um deles de 15 anos. Não querem saber da paz.

A ordem de acabar com os confrontos e mortes que vinham acontecendo com frequência no centro da cidade foi dada pelo Comando Vermelho, uma das maiores organização criminosa do país, com origem no Rio de janeiro. Após a prisão do Nenê da Costeira recentemente, o comando Vermelho que dirige vários morros da capital teria dito que bala é para a polícia e que o negócio é ganhar dinheiro. Prevendo o movimneto de Carnaval, em fevereiro, o CV impôs a paz e ameaça quem descumpri-la.

Outro dia escutei do comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Newton Ramlow a seguinte frasde: "ainda não tirei as bandeiras brancas pelo simbolismo que els representam". então tá né coronel?

As quantro bandeira brancas que simbolizam a paz nos morros do Maciço do Morro da Cruz foram hasteadas em pontos estratégicos que dividem as favelas. Estão entre o morro do Horácio e Nova Trento, bem em cima em local de trânsito dos moradores. Outro ponto é na caixa dágua da Casan, no Monte Serrat (Morro do 25). O terceiro, um pouquinho mais em baixo, na Nova Descoberta e o quarto no Tico Tico. O Mocotó faz parte da paz mas está sem bandeira. É o único que fica separado dos outros pelo mato existente atras do Hospital de caridade.

O coronel Ramlow em entrevista na CB se queixou da justiça e da falta de homens no seu batalhão. Disse que prende os meliantes e logo estão de volta ao morro. Dinheiro para viagens ao exterior o governo tem a vontade, só nao tem dinheiro para contratar PMs.

20 janeiro 2009

O despertar do "Moa"

O jornalista Moacir Pereira parece que despertou de um sono profundo. Desde sua primeira análise sobre a destruição ecológica da Ilha, os maus comerciantes, os descasos do governo com as questões fundamentais de preservação, a incompetência dos responsáveis pela realização da tão propalada "vocação turística" do pedaço e a panacéia de viagens e mercantilismo do estado praticada por Luiz Henrique mundo a fora, não para de surpreender os leitores.

Sabemos que muitas vezes os jornalistas sabem de tudo, da realidade do meio político e social que habitam mas acabam censurados, ou se auto censurando, pela empresa de comunicação para quem trabalham. Empresas estas comprometidas até a raiz do cabelo com seus anunciantes e principalmente com os governos de quem recebem polpudas verbas publicitárias.

Esse papo de imparcialidade da imprensa é papo pra enganar trouxa e hoje nem trouxa mais engana.Talvez seja a atitude mais hipócrita praticada pela imprensa essa de ética, imparcialidade e independência. Mas os jornalistas são empregados e não donos da empresa. Tem que rezar pela cartilha do patrão. Tudo que o Moa escreveu na sua coluna vem sendo denunciado por blogs, pequenos jornais e é voz corrente na população de Florianópolis. Só que quando tudo isso é escrito por um colunista do porte do Moa, no maior e mais importante meio de comunicação de Santa Catariana, a RBS, a coisa toma outra proporção. O assunto não para de repercutir e parece que de repente o Moacir se transformou no porta voz da população ilhoa que sabe dessas falcatruas e favorecimentos do poder público aos maus empresários há muito tempo.

Só não entendi aonde que a coisa pega. Qual o interesse da RBS em "detonar" os comerciantes, o governo e os maus empresários que corrompem vereadores, secretários e prefeitos. Nada aí rola de graça.

Reproduzo abaixo a lúcida coluna do Moa no DC de terça:

Texto da coluna na edição impressa do DC desta terça-feira, intitulada Matando os balneários:

A rua Bocaiúva ocupou função estratégica durante os séculos em Florianópolis. Continua hoje mais importante. Ao longo da história, acolheu descendentes alemães que ali construíram mansões, algumas preservadas, como a do falecido barão Udo von Wangenhein, preciosidade arquitetônica e ecológica que enriquece a paisagem da Ilha de Santa Catarina. Ou a conhecida chácara da Molenda e a belíssima residência que se transformou na Reitoria da UFSC a partir da década de 60 e depois foi cedida, servindo hoje ao comando do Exército. É uma via que atualmente abriga hotéis de bandeira internacional, restaurantes premiados, lojas frequentadas pela elite e pomposos edifícios. Ganhou milhões de citações da crônica esportiva por sediar o Campo da Liga, o popular “Pasto do Bode”, mais tarde estádio do Avaí. Ali mesmo, há 15 anos, funciona o Beiramar Shopping, outro ponto de extraordinária concentração popular.

Pois a rua Bocaiúva está transformada no símbolo da poluição descontrolada, da omissão do poder público, da ausência de autoridade e de uma apatia irritante da cidadania, geralmente silenciosa e cúmplice de crimes contra a natureza, o patrimônio e sua própria saúde.

É um dos exemplos mais fortes do processo de destruição da qualidade de vida na Ilha de Santa Catarina. E, pelos relatos de outros balneários, de muitos municípios que cresceram desordenadamente no litoral catarinense.

A irregularidade registra-se há três anos na rua Bocaiúva, confluência com a Altamiro Guimarães, portanto numa das esquinas do Beiramar Shopping. Mas repete-se na principal via pública de Canasvieiras e está acontecendo, com semelhante apatia, em outras praias estaduais.

Denúncias

Quando chove em Florianópolis, o esgoto in natura ali boia sobre o asfalto e sobre a calçada. Moradores já fizeram de tudo. Ligaram para a Casan, mas não receberam sequer um protocolo. Esperaram meses e nada aconteceu. O problema não era da Casan, alegaram, embora o esgoto da Casan esteja misturado às galerias fluviais e sendo todo ele destinado às águas da Baia Norte, liquidando a flora e a fauna marinhas. Denunciaram, então, à Vigilância Sanitária. Foram remetidos para a Polícia Ambiental. Esta, inteirada da grave ocorrência, endereçou os reclamantes para o Pró-Cidadão. Ali, para completar a tragédia da incúria, a atendente, certamente nova na cidade, sequer sabia onde fica a Bocaiúva com Altamiro Guimarães.

Um dos residentes nas imediações tem farta documentação, com fotos e filmes, desta calamidade pública. Juntou tudo, inclusive, ocorrências do início do ano e encaminhou a papelada com uma representação ao Ministério Público Federal.

Florianópolis tem uma grande votação econômica, alardeiam todos e enfatizam em todos os discursos as autoridades: o turismo. Investe milhões de reais dos contribuintes em viagens, propaganda, congressos, contratos com especialistas e todo tipo de evento. Mas até hoje, na maioria dos municípios do litoral, o cidadão comum e o visitante não encontram um único telefone, uma Ouvidoria, para denunciar e exigir direitos elementares de vida em sociedade ou de proteção de um patrimônio que é de todos. E que vai morrendo aos poucos pela falta de educação, pela omissão e pela mais absoluta impunidade.

O que está ocorrendo aqui numa das vias históricas da Ilha é mais uma prova da incompetência num negócio que hoje representa a salvação econômica de populações inteiras de vários países.

A barriga da Veja

A Veja desta semana traz, em sua versão impressa, uma frase erroneamente atribuída ao governador de São Paulo, José Serra. “Há aqueles que se alienam, não lêem jornais, têm azia. E há outros que enfrentam a crise". Na verdade, a fala, que faz referência à entrevista concedida pelo presidente Lula à revista piauí, foi dita pelo deputado federal Mendes Thame (PSDB-SP). Abatido, o autor da “barrigada”, Júlio Cesar Barros, admite o erro. Leia mais. Beba na fonte.

jornal vai publicar conteúdo de blogueiros

No dia 27/01, começa a circular o The Printed Blog. Será o primeiro jornal impresso com matérias produzidas exclusivamente por blogueiros. No início, serão rodadas duas edições diárias em Chicago e São Francisco. O jornal será distribuído gratuitamente, a cada dois dias, em pontos estratégicos. Também está sendo planejada uma edição para Nova York. O The Printed Blog terá seis páginas coloridas. O conteúdo será escolhido pelos próprios usuários, que votarão no conteúdo que eles querem ver impresso. A localização geográfica também será considerada. Matéria completa no Comunique-se. Beba na fonte.

19 janeiro 2009

Zoológico-digital

Tá lá no blog do Les Paul a mais divertida análise do BBB 2009:

"Damião, Musquito e outros blogueiros e comentaristas voltam a atacar o BBB - Big Brother Brasil que chegou em sua 9a. edição pelas mãos platinadas da Rede Globo. As críticas tem sua razão. Mas a falta de cultura do brasileiro per se não justifica o sucesso do programa. Grana fácil disputada por desconhecidos como todos nós, em sua grande maioria ignaros, pouco viajados e iletrados, e na atual edição nem tão 'sarados'. Nem falo dos côroas, falo de duas três barangas e uns três caveirosos xaropes que não justificam o binômio imagem e movimento que alicerça a TV. A fama sem qualquer contrapartida - tocar bem um instrumento, cantar, pintar ou escrever, representar, ser um cientista de escol ou um humanista participativo - para absolutos estranhos, sem melhores qualidades à exceção da disposição por se deixar confinar em rede nacional". Leia tudo. Beba na fonte.

18 janeiro 2009


Exatamente após um ano do escândalo na saúde de Joinville, protagonizado pelo ex-secretário Norival Silva, que foi preso em sua casa no dia 14 de janeiro do ano passado, com um saco de dinheiro, um novo alvoroço ganha contornos de grave irregularidade em um órgão da administração pública municipal.
Dessa vez, documentos contábeis da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej), que deveriam estar arquivados no setor contábil da fundação, foram encontrados na última semana em uma lixeira da Arena Joinville, prestes a serem recolhidos pela coleta de lixo. Eles chegaram anonimamente à redação da Gazeta de Joinville.
São várias notas fiscais, declarações, recibos e comprovantes de depósitos e até um telefone celular novinho em folha que estava entre os papéis fiscais que foram descartados.
Mas, entre os documentos, o que mais chamou a atenção foi um contrato firmado no dia 10 de julho de 2008 entre o então presidente da Felej, Jair Raul da Costa, o Bujica, e Ivo Belli, um dos sócios da empresa vencedora do pregão número 011/2008-Felej, a Atacado e Comércio Universo Ltda. Leia matéria completa. Beba na fonte.

Passaporte Turístico

Finalmente tenho gente em casa. O Jerônimo, meu filho, acaba de chegar de uma viagem de carro pelo litoral brasileiro, de Santos a Fortaleza. A outra filha está, desde sexta, em outro planeta: esse tal de Atlântida. Deve chegar hoje. E no dia 9 de fevereiro espero a minha outra filha que está há seis anos na Espanha. Ah! Falta o Ramiro, surfista, há uma semana no Farol de Santa Marta. Que bom, daqui à pouco a casa vai estar cheia. De filhos e amigos, é claro.
O Jerônimo voltou de avião, ele e o colega jornalista. O carro volta de cegonheiro. Ao chegar no aeroporto Hercílio Luz, ainda à pouco, foram recebidos por um casal de jovens que davam as boas-vindas aos visitantes. Recebeu este passaporte da foto ao lado que achei muito criativo. Boa qualidade gráfica e bem instrutivo para os turistas.

Vivem me criticando dizendo que só dou pau no governo e o escambau. Taí, quando encontro alguma coisa que acho de qualidade e bem feita também elogio. O passaporte é criativa peça publicitária feita pela Santur para orientar os visitantes do nosso estado. Logo no início tem um mapa detalhado do estado com suas rodovias e roteiros turísticos. Além de informações geográficas o Passaporte Turístico também mostra as colonizações e informações econômicas de SC. Tudo com o excelente texto do Jakzan Kaizer. Tudo bem, tudo legal.

Putz!
Fui dar uma olhada no expediente e vejo que foi elaborado pela editora Letras Brasileiras de propriedade de Werner Zotz. Esse senhor pertence aos quadros do PMDB, ao menos pertenceu no tempo do finado governador Pedro Ivo. Aí já começo a encontrar defeitos na peça que havia achado tão linda e ilustrativa. Será que houve licitação? Será que houve favorecimento ao companheiro de partido? Lembro que Werner e um tal de Nogart Wist assumiram o Jornal de Santa Catarina, em Blumenau em 1988. O jornal falido, servia aos interesses políticos do PMDB do coronel Pedro Ivo, na época. Fui convidade para dirigir a redação do jornal e levei para lá vários amigos jornalistas. Logo começaram os problemas econômicos. Uma greve na IOESC foi prolongada pelo governo que se negava a negociar com os grevistas. Enquanto isso o Diário Oficial era impresso no Jornal de Santa Catarina e pago com o nosso dinheiro. Quanto mais a greve demorasse mais dinheiro entrava no Santa. O governo "amarrou" a greve no limite. O Santa embolsava grana pública diariamente com a impressão do Diario Oficial.

Como haviam parado de pagar os funcionários tive que tomar uma atitude. Fiz a primeira greve de Blumenau em 1988 no Santa. Os "empresários" do PMDB levaram uma ré no empreendimento. Ganharam "algum" também. Uma negociata que até hoje não foi explicada. Por essas e por outras que não consigo achar que a publicação do passaporte atendeu todos os requisitos legais que a lei exige.

Elis & Jair

Já que falamos em Maysa vamos falar também da sua sucessora Elis Regina. Ouça aqui histórias sobre o encontro de Jair Rodrigues e Elis Regina em 1965 contadas por eles mesmo. Falam de amizade, camaradagem e parceria.

Ne Me Quitte Pas


A minisérie Maysa, exibida recentemente pela TV Globo, me trouxe lembranças incríveis da juventude. Conheci a música de Jacques Brel em sala de aula, Ginásio Prof. José Diehl, em Quaraí. A professora de francês, Mariazinha Trindade, além da voz grossa e jeito de homem, tinha fama de braba . Bobagem! Era maravilhosa e à frente de seu tempo. Usava calças compridas (não no colégio) e sentava na mesa para falar do seu idioma preferido: o francês. Me apaixonei pela língua e nunca mais esqueci a letra - que ela dizia ser a mais longa da história da música - de Ne Me Quitte Pas. Ouvíamos na voz de Edith Piaf e fomos abrigados a decorar.
Dna. Mariazinha carregava um toca-discos que mais parecia uma frasqueira. Metade de couro vermelho e outra metade casca de ovo. Quando abria aquela vitrola era uma maravilha. Sempre tinha música em sua aula. Foi vista, certa vez, na garupa de uma lambreta: vestia slack preto, blusa verde, um lenço petit pois no pescoço e uma boina preta.

Sobre a Maysa lembro de um Long Play que tínhamos em casa. Era dos meus irmãos 10 anos mais velhos. Mais tarde, soube que Maysa Matarazzo teria frequentado nossa paragens. Visitava com frequência uma fazenda do presidente Jango Goulart em Rivera, Uruguai.
Maysa não era fraca. Um trem sem maquinista com uma voz poderosa. A sua versão de Ne Me Quitte Pas foi trilha sonora do filme La Ley del Deseo do espanhol Pedro Almodóvar em 1987. O filme fez um grande sucesso exibido em diversos países e premiado em vários festivais internacionais. Por isso a sua versão da música de Brel talvez seja a mais famosa e conhecida hoje no mundo.
Jaime Monjardim, seu filho e diretor da minisérie, talvez tenha exocizado o seu passado com este belíssimo trabalho. Abandonado por Maysa, ficou 10 anos em um internato na Europa.