02 fevereiro 2009

O futebol é canalha

Recebi do amigo Dario de Almeida Prado Jr. um excelente comentário sobre futebol do colunistas do IG Régis Bonvicino. Uma prova que mesmo no meio de tanta pobreza intelectual na mídia esportiva ainda tem vida inteligente na área:

A acusação de estupro da polícia inglesa contra Robinho, do obscuro Manchester City, despertou, subitamente, a mídia para alguma reflexão sobre o futebol, porque ela se limita a cobrir, diariamente, as rotinas dos clubes. A mídia, no Brasil, consegue o feito de ser diária e “eterna” ao mesmo tempo: todos os dias cobre as mesmas personagens, do mesmo modo – monótono e vazio.

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Garrincha foi considerado salvador
Não houve reflexão, mas, como sempre, mais do mesmo: relança-se, de modo geral, a “tese” do pobre menino rico, sem “horizontes”. Há uma coisa clara, para me valer da obsoleta teoria realismo, do reflexo: o futebol brasileiro é pior do que a sociedade brasileira; e a mídia esportiva é, ainda, pior do que o próprio futebol. A sociedade quer aprofundar a democracia, luta por seus direitos, protesta. Está viva. Reclama por melhor uso dos orçamentos públicos, por um melhor Judiciário, por um melhor Legislativo. Pela preservação e recuperação da Amazônia. O futebol está moribundo. E a imprensa esportiva, mesmo aquela que autodenomina de “oposição”, faz o jogo da morte: em virtude de sua pobreza intelectual, contenta-se em questionar – de sua poltrona confortável – o questionável (CBF etc), sem qualquer influência eficaz no “universo” do futebol. Não há análises, reportagens sistemáticas. Não há coragem em romper o silêncio e denunciar a corrupção do futebol, de dirigentes e de jogadores.

Houve o movimento das Diretas Já, em 1984, que iniciou o processo de democratização do país, com a eleição de Tancredo Neves. Nunca houve uma Diretas Já no esporte mais popular. As empresas brasileiras procuram melhorar sua gestão, com balanços sociais e até ecológicos. Tentam combinar eficiência com respeito ao trabalhador. Os trabalhadores estudam, aperfeiçoam-se etc. O Estado, aos trancos e barrancos, também, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo. Fernando Collor foi removido do Poder. Senadores e Deputados foram cassados por corrupção. Fernando Henrique e Lula têm a mesma política macroeconômica – o país é – e nesse campo deve sê-lo – previsível. O que mudou no futebol? Nada. A maioria dos clubes segue nas mãos do crime organizado, antes “nacional” (Castor de Andrade do Bangu) e, agora, internacional. Leia artigo completo. Beba na fonte.

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