28 janeiro 2009

Em Buenos Aires, na gorjeta

Já passavam das 11 da noite e o telefone tocou. Eu sabia, era a Dna. Noé, minha mãe. Ela, aos 87 anos, mantém o hábito de dormir tarde. No verão pega o carro, convida uma amiga e vai para Artigas (Uruguay) tomar um suco com sandwich caliente lá na praça de cima. Fica até a meia-noite e depois chega em casa vai ler ou pesquisar alguma coisa na internete. Vê pouca televisão.
Estava feliz ao telefone.

- Sergio Antonio, devo sair para Buenos Aires aí pelo dia 20 de fevereiro.

Como assim? Assim mesmo. A mãe, depois de três pontes safenas e uma válvula mitral de plástico, colocadas antes do Natal, já está totalmente em forma. Dirigindo e preparando as suas andanças pela América. Pretende nos visitar ainda em fevereiro aqui em Florianóplis. Vem relatar a viagem. Suas andanças sempre são contadas como aventuras engraçadas. Bem, naquela hora só me restou lhe desejar boa sorte e que cuide da alimentação.

- Não coma muita carne gorda em Buenos Aires

Aconselhei como bom filho preocupado.
Ao que me responde:

-Agora posso comer o que quero. Para entupir as veias do coração de novo vai levar mais uns 50 anos. Estou na gorjeta!

2 comentários:

  1. Que saudades da minha véia. Cacete... um singelo post destrava o gatilho da memória e inunda de saudades o coração até então sereno.

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  2. Com 87 anos ele deveria ser impedida de dirigir, por não ter mais reflexos. É uma mulher-bomba ambulante, com todo respeito. Não pense só em fazer a cabeça da mamãe. Pense nos inocentes que ela pode matar "porque não vi". Quem liberou a habilitação dela também deve ser processado pela vítima

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